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quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Aqua, by Angra

    Definir Aqua para um fã de Angra é muito, mas muito fácil. Pode ser considerado como um segundo rebirth da banda, em que a banda cheia de problemas e incertezas renasce num álbum genial, embasado numa grande obra literária, "A Tempestade", de William Shakespeare. A experiência de ouvir o disco sem ler lido tal obra nem se compara a escutar A-LEX do sepultura sem ter visto Laranja Mecânica. Em parte porque os conceitos musicais contidos no álbum não dependem da obra de Shakespeare para serem geniais. De outro modo, considero Sepultura uma vergonha para a música nacional, uma banda que renega suas origens tentando produzir música como bandas de Death Metal americana. No final, acaba produzindo um pseudo death metal que soa como barulho.
     Finalizada a crítica ao Sepultura, penso em como posso definir Aqua para você que até ontem achava que Angra era apenas uma cidade. Vou começar contando um pouco da história da banda. Na opinião deste humildade autor que vos escreve, o Angra é o centro de todo metal nacional. Seu nome tem duas possíveis origens: Angra é a deusa tupi do fogo e Angra lembra a palavra Angry. Formada pelo próprio empresário, os primeiros integrantes eram: André Mattos, Kiko Loureiro, Rafael Bittencourt, Luis Mariutti e Marco Antunes, logo substituído por Ricardo Confessori. Gravam seu primeiro álbum, Angels Cry, sucesso mundial, que misturava o metal melódico com clássico com influências brasileiras. Seu segundo álbum, Holy Land, tem diversas influências brasileiras e faz a banda explodir nas paradas mundiais, principalmente no Japão (?). O álbum seguinte, Fireworks, percorre um caminho um pouco mais Heavy Metal e um pouco menos Brasileiro.



      Logo após sua gravação, a banda se separa. André Mattos, Luis Mariutti e Ricardo Confessori saem da banda, devido a problemas com o empresário Toninho Pirani; fundando o Shaman. No seus lugares entraram Edu Falaschi (vocal), Felipe Andreoli (baixo), e Aquiles Priester (bateria), relacionados respectivamente com as bandas Symbol, Karma e Hangar. Em 2001, lançaram seu disco de maior sucesso, Rebirth, marcando o renascimento da banda. Pouco depois, o Ep Hunters and Preys. Em 2004, o disco Temple of Shadows, álbum conceitual muito bem aceito pela crítica. Em 2006, o Aurora Consurgens, que desencadeou na segunda crise da banda. Enfim, Aquiles sai, Confessori volta e o Aqua é lançado 


Acho melhor começar a falar do disco, pois é sobre ele que pretendo tratar no post. Retomando a ideia original, Aqua é o retorno do Angra aos bons tempos, aproveitando para ligar o álbum a uma grande obra literária. Vou fazer o upload de todas as músicas e em seguida fazer uma análise do disco.





Viderunt te Aquae A primeira música refaz a fórmula de sucesso dos CDs da banda. Uma peça instrumental que resume o conceito do álbum e serve como introdução. No caso, um leve coro ao som de sinos e raios.

Arising Thunder A segunda faixa é o single que já havia sido lançado, "Arising Thunder". Um faixa muito rápida, em que tanto a bateria quanto o baixo são frenéticos. Um prog metal metal genuíno. Peca na ausência inovações rítmicas características. O refrão é gritado junto com trovões e a guitarra acelera. É a faixa para pular e balançar a cabeça.

Awake from Darkness A música começa com uma bateria tipicamente brasileira, com som de baião, mostrando que a banda não abandonou as influências étnicas. Tudo na música é bem pensado, com destaque para os momentos finais, em que o violino reinicia a música seguida pelo solo de guitarra. O ritmo é muito acelerado também.

Lease of Life A quarta faixa quebra um pouco o ritmo do álbum, pois é uma balada muito bem escrita. O teclado combina bem com o clima da peça de Shakespeare. Letras aqui.

The Rage of Waters Uma música com uma pitada nordestina, com um arranjo muito complexo. O tempo é bem acelerado e a música é fragmentada em vários momentos, com direito a destaques no teclado e no baixo. Uma faixa única que mostra a real intenção do álbum.

The Spirit of Air Uma balada clássica estilo Angra, que alterna entre o pesado e o suave bem rapidamente. Cria-se um estilo peculiar, com direito a coro no fundo.

Hollow A música mais trash do álbum, que chega a ser agonizante, pois representa aquele climax das peças de Shakespeare. Aos poucos a tensão vai se dissipando e o ouvinte se acalma com os riffs prog no final. Os solos de guitarra são impressionantes

A Monster In Her Eyes O vocal do Edu Falaschi está impagável nessa música, com uma variação de tons que na metade da música cria uma calmaria perfeita, de guitarra e violão. A música tem certa influência da idade média e mostra porque André Mattos não fez tanta falta.

Weakness of Man Uma música particularmente parecida com Make Believe, meio pop, chega até a ter um ritmo semi-dançante. O baixo segue no encalço da pesada guitarra. Toda essa mistura cria uma música relaxante e gostosa de se ouvir. Para quem não gosta de Metal, começe a escutar o disco por aqui.

Ashes O CD está chegando ao fim, já é a música de encerramento. Começa com um teclado meio assustador. As peças de Shakespeare sempre acabam em tragédia mesmo, faz sentido o álbum encerrar desse jeito. Uma das melhores obras do conjunto, na minha opinião.

Enfim, Aqua é o renascimento do Angra em grande estilo. Para quem quiser ler a obra A Tempestade o link está abaixo. O álbum também está a venda na Saraiva. Ajudem o verdadeiro Metal nacional.




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